SÉCULO XIX

FRANÇA NO SÉCULO XIX



O Império Napoleão Bonaparte

  • 1804 - Promulgação da Constituição do ano XII aprovada por plebiscito substituindo o Consulado pelo Império.

  • Coroação de Napoleão em Notre-Dame sob o título de Napoleão I, Imperador dos Franceses.
  • 1805 - Terceira Coligação (Grã-Bretanha, Rússia, Suécia e Áustria)
  • 1806 - Confederação do Reno: apoio dos príncipes alemães.
  • Tratado de Tilsit: aliança franco-russa em prejuízo da Prússia e da Inglaterra.
  • Bloqueio Continental contra a Inglaterra.

 Decadência do Império

  • Bloqueio Continental: enfraquecimento econômico das áreas bloqueadas por Napoleão.
  • Quebra dos acordos da Rússia com Napoleão e posterior invasão em 1812 ( perda de cerca de 500 000 soldados).
Derrota de Napoleão

  • Sexta coligação: batalha de Leipzig
  • Desterro em Elba
  • O governo de Luís XVIII: Terror Branco
  • Fuga de Napoleão Bonaparte da ilha de Elba e o governo de Cem Dias
  • Sétima Coligação: derrota final de Napoleão na Batalha de Waterloo
 Congresso de Viena - 1814/1815  
 
  • No Congresso de Viena ( Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia) fica definido o retorno ao poder a dinastia Bourbon na França: Luis XVIII
  • Uma nova Constituição outorgada pelo monarca tentava conciliar o Antigo Regime + o ideário liberal. Esta nova Constituição determinava que o rei fosse o representante máximo do Poder Executivo e que o Poder Legislativo seria organizado em sistema bicameral, onde a Câmara dos Pares seria ocupada por membros escolhidos pelo rei e a Câmara dos Deputados seria eleita através do voto censitário.
  • Grupos políticos presentes na França: os ultra-realistas (antiga nobreza) defensora do rei absolutista, os liberais (republicanos e bonapartistas) e os constitucionalistas (grupo de centro)
1824 – após a morte de Luís XVIII, Carlos X sobe ao trono francês apoiado pelo ultrarrealistas que  passou a fomentar medidas que restaurassem o absolutismo do Antigo Regime. Para tanto, indenizou os nobres que fugiram da França durante a revolução, determinou a censura dos meios de comunicação e ampliou a participação da Igreja nas instituições educacionais.

1830 – Sob a liderança do duque Luís Felipe, jornais, estudantes, burgueses e trabalhadores iniciaram manifestações e levantes que conduziriam a Revolução de 1830 em que ocorreu a deposição de Carlos X e o estabelecimento da Monarquia Constitucional com Luis Filipe, antigo jacobino participante da Revolução de 1789.


Quadro mostra a Revolução de 1830 na França, que depôs o rei absolutista Carlos X
  • o novo monarca estabeleceu o fim de várias ações e leis de natureza absolutista, mas fez questão de preservar a excludente barreira política do voto censitário.
  • Republicanos, socialistas e bonapartistas se aproveitavam do fim da censura para realizarem grandes banquetes públicos durante os quais discutiam as reformas a serem empreendidas no país. Conhecida como a “política dos banquetes”, essa manifestação acabou ganhando força entre amplos setores da população francesa.
  • Visando desintegrar o movimento, o rei Luís Filipe e o ministro Guizot resolveram lançar essas reuniões à ilegalidade e não ceder a qualquer reivindicação política. Contudo, a insensibilidade do governo acabou sendo estopim para que um grande movimento popular se formasse em fevereiro de 1848. Naquele mesmo momento, a obra “Manifesto Comunista”, de Marx e Engels, ofereciam um grande aporte ideológico para aquela luta contra a hegemonia burguesa.
  • Com o apoio de membros da própria Guarda Nacional, os revolucionários forçaram a demissão do ministro Guizot e a fuga do rei para a Inglaterra. A partir desse momento, a França se transformara em uma República. Uma nova constituição inspirada na americana (EUA): sufrágio universal masculino, separação dos poderes, executivo eleito para 4 anos e eleições em dezembro para Presidente e a pena de morte foram instalados no país. Contudo, logo em seguida, a reação dos conservadores resultou na formação de uma Assembleia Constituinte de natureza predominantemente moderada. 
  • Luis Napoleão Bonaparte obteve 70% dos votos para Presidente e seu governo foi marcado por frequentes tentativas de agradar às massas populares (pensões de velhice para o trabalhadores).
  • Oposição da Assembleia Legislativa: solução - autoritarismo.
1851 – Dissolução da Assembleia e golpe o que o tornou em um ditador.


Luis Napoleão Bonaparte III
1852 – Coroação de Luis Napoleão como Napoleão III
  • Instituição do 2º Império na França
  • Repressão às forças liberais
  • Mostrava-se simpático as ideias socialista
  • Construção de estradas, ferrovias e reforma urbana em paris – geração de empregos
  • Projeto imperialista de Napoleão teve apoio da burguesia francesa.
  • Domínio da Argélia e da Indochina, tentativa de dominio do Mésico, Guerra da Criméia contra a Rússia.
  • Aumento da oposição e das concessões para amenizar a situação: crise de legitimidade interna.
  • Guerra Franco-Prussiana(1870-71): tentativa frustrada de Napoleão reaver o prestigio de seu governo. Napoleão III foi capturado na batalha de Sedam, em 02/09/1870.
  • Instaurada a 3ª República e a Comuna de Paris
  • Deposição de Napoleão e proclamação da República.
  • Governo provisório: instabilidade interna e ameaça externa.
1871 – eleições confirmaram os conservadores no poder, transferencia da sede do governo para Versalhes, tropas do governo convocadas para sufocar a rebelição popular.
  • Recusa das tropas em obedecer e o povo assume o controle da cidade: bandeira tricolor substituída pale vermelha simbolizando o dominio popular, ideias socialistas postas em prática, fabricas em direção dos operários, ensino laico e adoção de medidas que eliminassem as diferenças sociais.
  • Comuna de Paris: com uma duração de 2 meses as forças conservadoras aniquilaram a resistência dos rebeldes.
  • Saldo: 20 mil morte, outras deportadas ou condenadas à prisão perpétua.
Observação: Só depois de 1875, a ordem politica francesa assumiu a forma permanente de um governo republicano. Ele durou até 1940, com um Parlamnto eleito por um sufrágio universal masculino.



AS IDEOLOGIAS DO SÉCULO XIX E O MOVIMENTO OPERÁRIO

O que é Socialismo:

Socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres.

Noël Babeuf foi o primeiro pensador que apresentou propostas socialistas sem fundamentação teológica e utópica como alternativa política.

Karl Marx, um dos principais filósofos do movimento, afirmava que o socialismo seria alcançado a partir de uma reforma social, com luta de classes e revolução do proletariado, pois no sistema socialista não deveria haver classes sociais nem propriedade privada.




Todos os bens e propriedades particulares seriam de todas as pessoas e haveria repartição do trabalho comum e dos objetos de consumo, eliminando as diferenças econômicas entre os indivíduos.
O sistema socialista é oposto ao capitalismo, cujo sistema se baseia na propriedade privada dos meios de produção e no mercado liberal, concentrando a riqueza em poucos.
A origem do socialismo tem raízes intelectuais e surgiu como resposta aos movimentos políticos da classe trabalhadora e às críticas aos efeitos da Revolução Industrial (capitalismo industrial). Na teoria marxista, o socialismo representava a fase intermediária entre o fim do capitalismo e a implantação do comunismo.
O socialismo sugeria uma reforma gradual da sociedade capitalista, demarcando-se do comunismo, que era mais radical e defendia o fim do sistema capitalista e queda da burguesia através de uma revolução armada.

Socialismo Utópico

O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento criada por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma branda e gradativa.
O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado. Os primeiros socialistas, que foram os utópicos, tinham em mente a construção de uma sociedade ideal, através de meios pacíficos e da boa vontade da burguesia.
Karl Marx se distanciou do conceito de socialismo utópico, visto que de acordo com essa corrente a fórmula para alcançar a igualdade na sociedade não era discutida. O oposto do socialismo utópico é o socialismo científico, que criticava o utópico porque este não tinha em conta as raízes do capitalismo. Karl Marx classificava os métodos dos utópicos de "burgueses", porque eles se baseavam na transformação súbita na consciência dos indivíduos das classes dominantes, acreditando que só assim se alcançaria o objetivo do socialismo.

Socialismo científico

Karl Marx
O socialismo científico, criado por Karl Marx e Friedrich Engels, era um sistema ou teoria que tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo.
O socialismo científico, também conhecido como marxismo, se opunha ao socialismo utópico, porque não tinha a intenção de criar uma sociedade ideal. Tinha sim o propósito de entender o capitalismo e suas origens, o acumular prévio de capital, a consolidação da produção capitalista e as contradições existentes no capitalismo. Os marxistas anunciaram que o capitalismo eventualmente seria ultrapassado e chegaria ao fim.
O socialismo marxista tinha como fundamento teórico a luta de classes, a revolução proletária, o materialismo dialético e histórico, a teoria da evolução socialista e a doutrina da mais-valia. Ao contrário do socialismo utópico e sua pacificidade, o socialismo científico previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada.
De acordo com o marxismo, uma sociedade baseada no capitalismo era dividida em duas classes sociais: os exploradores (donos dos meios de produção, das fábricas, das terras), pertencentes à burguesia, ou seja, os burgueses; e os explorados (aqueles que não tinham posses e tinha que se sujeitar aos outros). Esse duelo entre as classes, é aquilo que transforma e propele a história.

Socialismo real

Socialismo real é uma expressão que designa os países socialistas que preconizam a titularidade pública dos meios de produção.
No século XX, as ideias socialistas foram adotadas por alguns países, como: União Soviética (atual Rússia), China, Cuba e Alemanha Oriental. Porém, em alguns casos, revelou-se um sistema comunista constituído por regimes autoritários e extremamente violentos. Esse socialismo é também conhecido como socialismo real - um socialismo colocado em prática, que causou uma deturpação semântica do "socialismo", levando assim a esses regimes que demonstraram desrespeito pela vida humana.

O que é Anarquismo:

Bakunin
O anarquismo recusa a reforma progressiva como meio de desenvolvimento do estado, o qual deverá ser fruto da destruição radical da ordem estatal, através da ação direta, que inclui os atentados (propaganda pela ação).
Anarquismo é um sistema político que defende a anarquia, que busca o fim do Estado e da sua autoridade.
O termo anarquismo tem origem na palavra grega anarkhia, que significa "ausência de governo". Representa o estado da sociedade ideal em que o bem comum resultaria da coerente conjugação dos interesses de cada um. A anarquia é contra a divisão em classes e por consequência é contra toda a espécie de opressão de uns sobre os outros. Vulgarmente é entendida como a situação política em que a constituição, o direito e as leis deixam de ter razão de existir.
O anarquismo é uma teoria política que rejeita o poder estatal e acredita que a convivência entre os seres humanos é simplesmente determinada pela vontade e pela razão de cada um. É possível distinguir as correntes individualistas das correntes coletivistas no que se refere ao problema da propriedade privada.
O anarquismo foi desenvolvido pelo clérigo dissidente inglês William Goldwin e pelo jovem Proudhon, e recebeu uma base filosófica da parte de Max Stirner. Encontrou os seus seguidores mais importantes entre os primeiros russos social-revolucionários (niilismo). Os seus principais representantes foram Bakunin e o príncipe Kropotkine, com Tolstoi na sua vertente religiosa. Face ao problema da propriedade dos meios de produção, há duas correntes: a individualista e coletivista.

Relativamente à sua organização, há uma corrente anarcocoletivista (bakuninista) e outra anarcocomunista (kropotkiana), que se opunha aos sindicatos de classes operárias.

Anarquismo, socialismo e comunismo

O anarquismo se diferencia do socialismo e comunismo por ser o único movimento inimigo absoluto do estado. Contudo, o anarquismo compartilha com o socialismo e comunismo muitas das suas hipóteses e objetivos. Apesar disso, o anarquismo amadureceu bastante menos que o socialismo e comunismo, e não atua unitariamente em pontos importantes.
Os três movimentos se opõem  à mentalidade e economia capitalista, mas têm formas bastantes diferentes de oposição. Enquanto o socialismo e comunismo pretendem alterar o Estado, dando poder ao proletariado e tornando as propriedades coletivas, o anarquismo defende que o estado tem que ser completamente abolido, porque qualquer forma de estado mais cedo ou mais tarde se transformaria em um regime autoritário, opressor e de exclusão.

Anarquismo no Brasil

O anarquismo teve o seu início por volta de 1850 graças à influência de imigrantes vindos da Europa. Atingiu o seu ponto mais alto no século XX, pois era uma doutrina muito apreciada entre as classes operárias, o que gerou as grandes greves em São Paulo e Rio de Janeiro, em 1917, 1918 e 1919. O partido Comunista Anarquista ficou menos influente com a criação do Partido Comunista em 1922.
Apesar de ainda existirem no Brasil alguns movimentos anarquistas, este não possuem a mesma relevância de outros tempos.

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